13 de julho de 2012

vida

Não consigo não escrever acerca do que a Doroteia escreveu aqui e do que a Cláudia escreveu no seu blogue: aqui

Eu não vi a reportagem acerca da Leonor, a bebé com a doença rara. Não vi porque passou durante o jantar e de misérias anda o mundo cheio. Aliás, ultimamente ver o BBC Vida Selvagem que passa à hora do jornal da noite, tem sido o habitual.

Contudo, andei a ler acerca do tema. E, do que li, sim tenho pena da criança, tenho mesmo e desejaria claro "uma cura". Mas pergunto-me:
- O que é que leva a alguém sem condições financeiras, a ter 3 filhos?
- Porque é que tendo tido uma criança com uma doença tão rara, se arrisca a ter outra que possa ter a mesma coisa?
- O que é que uma ida a Israel vai beneficiar à criança? Descobrir o gene penso, penso, não tenho a certeza, que só servirá para descodificar uma doença e depois? A menina ficaria curada? Atenuada?
- Pergunto-me, isto seria detectável na gravidez?

Pergunto isto porque existem vários casos na minha família paterna de pessoas com trissomias assim como mulheres estéreis. Então eu sei que se pretender engravidar um dia, vou fazer todos os exames necessários para saber qual a probabilidade de um defeito genético, para então decidir se vou ou não arriscar em ter um filho ou não arriscar.
Admiro muito as pessoas que assumem uma gravidez assim. Admiro mesmo. E vejo muitas pessoas com familiares e filhos nessas condições. Eu não continuaria essa gravidez. Mas também vejo a falta de apoios e o tempo que têm que soltar para cuidarem dos filhos, muitas vezes deixando de trabalhar.
Eu, que gosto de trabalhar, passear, viajar, não sou cínica ao ponto de dizer que iria abdicar disso. Não. A minha mentalidade é mesmo a de deixar os filhos soltos. Tal como eu fui. Estudarem, irem acampar, praticarem desportos, passearem, irem estudar numa universidade para fora e não na cidade ninho... Irem! Sempre com o ninho de mãe, mas não dependentes dele.
Eu fui assim.
Eu sou assim...
Tenho plena consciência que iria ser uma boa mãe. Tenho consciência que uma  doença pode provocar os mesmo sintomas num bebé que nasça saudável, e claro que seria meu filho à mesma. Mas podendo precaver. Era o que faria.




8 comentários:

  1. O problema é que para além da falta de consciência crónica por parte de muita gente, a ´sociedade ainda te penaliza por tu pensares mais com a cabeça do que com o coração. E é isso que eu não entendo...

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  2. Descobrindo o gene da doença, dão início a estudos que poderão prever se os filhos de uma determinada pessoa poderão vir a sofrer desta doença (que pelo que entendi, é desconhecida e nem diagnóstico tem). No entanto, também não vejo qual a vantagem directa para a menina...

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    1. Pois Joana, também fiquei com a mesma ideia. Espero que se consiga o dinheiro para a criança conseguir ir e que de alguma forma fique mais confortável, mais atenuada. Mas penso que a vantagem seja só a doença poder vir a ser catalogada para prevenção a futuras mães. o que também é um benefício para nós.

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  3. Obrigado pela dica anónimo. agradeço. Volte sempre.

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  4. Pelo que percebi nada foi detetado na gravidez porque quando a criança nasceu era considerada normal, sem qualquer tipo de problema e após alguns meses é que não se desenvolvia, deixou de ver, coisas do género.

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  5. Racionalmente, acho que algumas das respostas às tuas perguntas seriam meio... vá, críticas em relação aos pais, mas a verdade é que o coração pode levar para outros lados.

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  6. Não entendo... ter filhos para viverem na miséria. Ir a Israel não adianta nada, no caso da doença em questão nada adianta nada... Ainda bem que não vejo noticias e não vejo choradinhos. Tristezas já me chegam as minhas.

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  7. Os filhos não condicionados. São aceites.
    Bjs.

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