19 de abril de 2012

situaÇão oportuna

A semana passada tive que marcar presença num velório. Assim *"à antiga", caixão aberto na capela mortuária da vila na noite anterior ao enterro. 
Se conhecia a senhora falecida? Que me lembre não. Mas era a mãe de uma prima direita da minha mãe e que foi quem arranjou emprego a um familiar directo faz uns bons anos. 
Essa prima é das pessoas mais terra-a-terra e positivas que conheço. De tal modo positiva que, naquela capela, (iluminada, espaçosa, sem estátuas e moderna! Gostei muito da arquitectura), no meio de poucas visitas, somente perto de 20 pessoas  que,  ao pé do caixão aborda-me da seguinte forma:
Prima: Então Maria, quando é que te casas?
Eu: Não sei. Mas não vai ser numa igreja de certeza.
Prima: Estás com quantos? (anos entenda-se.)
Eu: 27.
Prima: Oh, ainda vais muito a tempo. Eu casei aos 30.
Eu: Pois vou.

Uma conversa interessante para se ter ao pé de uma defunta de cara tapada e mãos transparentes cruzadas. 
*' "à antiga" - porque sempre achei estranho essa coisa de ter o corpo da pessoa um dia antes em casa, ou na capela. Até acho macabro. Mesmo que seja alguém que amamos. O único funeral que tive que fazer, decidi que o caixão não saia da morgue. Que só saía duas horas antes para a missa/funeral. E assim foi. E é o tempo suficiente para despedidas. pois despedidas são em vida. Só.

2 comentários:

  1. As despedidas são em vida, as pessoas estimam-se enquanto as temos junto de nós, depois nada a fazer...

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quem cá para...