Não posso dizer que me foi indiferente porque não foi. Na sexta-feira passada fomos a um jantar de aniversário, coisa pequena, grupinho de 6 pessoas. O local escolhido foi o Cova Funda - "Espanhol" ali no Terreiro da Erva. Lugar de estacionamento está-quieto-òh-mau. Deixamos a viatura na loja do Cidadão de Coimbra. Para aquele pequeno "H" de espaço estacionável estavam 3 arrumadores. A minha cunhada deu uma moeda ao homem porque tinha medo que lhe riscassem o carro, não propriamente por caridade. Qual não é o meu espanto quando, mesmo por baixo de uma das entradas para aqueles prédios da Loja do Cidadão (cujos apartamentos são caríssimos e pequeníssimos), vejo 2 sofás abertos com cobertores e pessoas a dormir. Fiquei um pouco impressionada. Estavam ali à vontade 7 pessoas a dormir ao relento e vi bem a cara de uma delas. Era uma senhora que de "cigana" não tinha nada. Parecia até uma pessoa bastante clássica mas já com o louro das madeixas bem antigas a meio do cabelo, um blazer vermelho e umas calças pretas. Via-se que não era uma mendiga qualquer. Via-se que foi alguém que caiu nesta miséria que assola o país e que é um dos maiores medos que tenho. Cair numa situação destas.
Não imagino o que será ter estado nos dois lados. Nas pessoas que à sexta-feira podem ir jantar ao Cova-Funda e que agora estejam a morar num terraço público. Ao frio, sem condições, com animais e pulgas.
Lembrei-me que não seria má ideia todas as cidades começarem a construir os balneários públicos tal como em Lisboa. Daria um pouco mais de dignidade a estas pessoas.
glup
ResponderEliminarno norte, há cidades costeiras que reabriram os balneários públicos!
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