5 de novembro de 2012

Turbilhões Emocionais

Sento-me em frente ao pc pela primeira vez do dia de hoje. Tenho o cabelo cheio de pó, quase que forma rastas. Tenho as unhas num autêntico nojo e a roupa colada ao corpo. 
Às 9h da manhã do dia de hoje tinha ficado combinado ser a limpeza geral do gabinete dado ser o meu dia de folga da loja. 

Esfreguei vidros, limpei estantes carregadinhas de pó, arquivei papel, gastei uma embalagem de "Pronto móveis", almocei em 20m uma sandes de panado e voltei à saga. 
Sim, que limpar pó de gesso é dose gente... por mais que passemos a esfregona o pó aparece sempre. Sinto-me mais estoirada que os 5 dias "de sábado" seguidos a bombar. 
Saio às 19:15h do gabinete com as calças sujas, sapatilhas molhadas e sweat às avessas para não estragar o estampado.



Não me apetece fazer o jantar.
Vou ao take-away do Portugal dos Pequenitos e estaciono a 200m de distância para correr um pouco num local "seguro". Estaciono em frente ao Galerias, saco a carteira e corro. Corro, corro, corro. 
Viro para o Convento, está escuro e frio. Mas é por ali. No momento em que corro por cima dos paralelos lembro-me de que, outrora, alguém ali viveu grandes histórias, grandes amores, grandes desgostos. Todas as ruas têm uma história. Ou mais. E eu sou apenas uma pessoa a correr para ir comprar o jantar. Será isso uma história digna de registo? Não sei. Talvez. Poucas pessoas o devem fazer, mas soube-me bem.

O Take-away era a Pizzaria Santa Clara. Parece mais um restaurante pequenino e simpático. Não tem ar de Take-away. Naquele sítio, com aquela luz amarela de zona história, numa rua de paralelos e com 5 pessoas nuns possíveis 30m quadrados, não seria improvável que aquele local fosse um portal para um conto qualquer do Harry Potter.

No caminho para casa, já com as duas doses no banco do passageiro a perfumar o carro e a aguçar-me o apetite, apanho um carro de condução em exame. A 33km/hora... Não quero pressionar o examinando. Abrando e ali vou a respirar fundo e a fazer contas ao meu dia. 

Jantamos, vemos televisão.
Vou ao correio e, para minha alegria tenho lá o meu livro à espera! A Valsa Lenta! Finalmente! E não o posso ler hoje.

Ainda tenho os emails do gabinete para organizar e a listagem de contas.
Ainda tenho que fazer o almoço para amanhã.
Ainda tenho que corrigir o trabalho de uma miúda.
E ainda quero fazer ronha com o meu homem.

Sim, há coisas que não é por obrigação. É por prazer.
O que vale é que a noite tem 8 horas e as rastas e a sujidade tiram-se em 15 minutos.

1 comentário:

  1. Olá Maria, gostei imenso deste teu texto, escrito com tanto sentimento e ao mesmo tempo tão pragmático! Parabéns. :)

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quem cá para...