Quando fui a Paris, queria escutar música francesa pelas ruas. Queria passear e sentir o orvalho na cara, as faces vermelhas e ter uma boina parisience branca, felpuda e de lado. Queria sentir o cheiro a baguetes e pastelaria fina pelas ruas e a perfumes diversos a passar com velocidade por mim. Queria ver casais de mão dada à beira rio, queria ter visto uma serenata, uma declaração de amor e um pedido de casamento.
E não vi nada disto.
Quando fui a Barcelona, queria ter visto artistas de rua, pessoas excêntricas, raparigas demasiado arranjadas para o dia-a-dia e rapazes casuais mas bonitos. Queria provar Tapas e encontrar um pequenos-almoços decentes. Queria ver arte, arte em cada esquina, queria procurar as Rosáceas pelo chão, o caminho dos artistas. Queria sentar-me num chão de uma Plazza, deitar-me e respirar o ar do centro da cultura, o expoente.
E fiz isso tudo.
Quando fui a Ibiza, não queria lá estar. Mas estive. 10 dias.
Quando estive em Roma, queria passar o dia a ver monumentos, queria comer pizzas e pastas, queria beber 3 litros de água por dia. Queria estar no meio do Panteão, tocar-lhe, tocar em tudo. Sentir a História brotar em cada pedra. Sentir que milhares e milhares de pessoas tocaram naquela pedra, sentir que muitas pessoas ali estiveram noutros fins, noutros propósitos, com outras intenções. Queria ir à Fontana de Trevi, queria ver pessoas apaixonadas, loucos de scooter e lo bello parlar...
Queria ir ao Vaticano sentir o peso, a alma daquilo, subir cada degrau e pensar, pensar em tudo, pensar na vida e no seu propósito, encontrar-me e de facto saber que não acredito em "santos" mas acredito na "H"istória.
E fiz isto tudo. Com mais fervor e com mais surpresas que aquelas de que estava à espera.
Quando fui a Londres queria sentir uma promessa de estar. Uma promessa de visita com vista a uma estadia prolongada a uma vida em comum. Eram esses os planos. Senti o frio, senti o gelo, o vento, o nevoeiro e a classe. Tanta classe! Tanto saber estar. Saber estar "de bem com a vida". Sabem aquela sensação de saber que pertencem a um sítio onde não nasceram?
Talvez as minhas sardas sejam restos irlandeses e não restos africanos do meu pai angolano. Nunca se sabe!
Moral da história.
Amor. Temos que ir a Paris numa dessas viagens low cost. A minha perspectiva não está favorecida. Quero comer um croissant quentinho com geleia, numa qualquer pastelaria de esplanada, sentir o frio nos dedos e os teus braços a aconchegar-me.
(Isto tudo com uma boina branca. De lado. E felpuda.)
Quero sim...
O problema é que todas essas cidades são cada vez menos Paris, Roma ou Barcelona (ou Lisboa)... até o próprio Vaticano já não é o que era e deveria ser. O multiculturalismo promovido pelos que mandam no Ocidente está em toda a parte como um ar empestado, corrompendo e matando a essência de cada país, de cada nação, a cultura, a identidade e a própria História.
ResponderEliminarRoma deve ser um sonho para quem, como nós, adora viagens com história mas Paris, oh Paris deve ser a cidade do amor.
ResponderEliminartambém quero
ResponderEliminar:) tão querida!
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